O
Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, felicitou o Senhor Patriarca de Lisboa,
D. Manuel Clemente, pela sua nomeação como Cardeal.
“Trata-se de um gesto com elevado significado para o nosso país, e em especial para a Igreja e a comunidade cristã, dando continuidade à tradição histórica de o Patriarca de Lisboa ser também nomeado Cardeal”, salienta o gabinete do Primeiro-Ministro, numa nota.
Uma
“tradição histórica”, é bom não esquecer, que radica no privilégio perpétuo concedido pela Bula «Inter praecipuas
apostolici ministerii» de Clemente XII, de 17 de Dezembro de 1737, segundo a qual o Patriarca de Lisboa é sempre nomeado Cardeal pelo Papa no primeiro consistório realizado após a sua elevação ao Patriarcado lisbonense.
Não tendo tal acontecido no passado Consistório de 22 de Fevereiro de 2014, pode especular-se que a
causa se deveu ao facto de Lisboa ter já um cardeal-eleitor - o Patriarca
emérito, D. José Policarpo, entretanto falecido a 12 de Março de 2014.
A ter sido assim,
uma prática recente, que nem sequer estará escrita, ter-se-ia sobreposto a um
privilégio antigo. É possível. É até muito provável. Pode especular-se
(concorde-se ou não).
O que não pode
especular-se é que o privilégio referido possa ter deixado de estar em vigor.
Seguramente não
deixou.
Afirmá-lo, seria
uma especulação gratuita e totalmente infundada, como os factos demonstram.
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